27 novembro, 2007

As coisas


As coisas são como são
As coisas são comoção
De comover
De como ver

13 novembro, 2007

Fica Pertinho


Tudo o que eu quero:
teu carinho.
Não vou mais estar sozinho.
Dorme comigo coladinho?
De conchinha!
Me abraça, vem,
fica comigo escondidinho,
colado, calado,
gostosinho...
que tá fazendo um friozinho
e assim nós dois
"fica pertinho".

10 novembro, 2007

Amor Insano



Você veio e me esgotou o folêgo.

Respirou comigo
me encostou,
se enroscou.
Jogou tudo no mar,
deixou a onda levar.

Eu te empurrei na areia
e te deixei insano,
profano...

Meu desejo não mais te incendeia,
agora clareia...

A água reflete a lua
cheia de gozo
insano, profano...

Percebemos cedo ou tarde:
Não é amor, é insanidade!

De nós dois nada restou
além de um simples papel...

Sol Lá Si Vai


Pare! Pense por um instante... Não há coincidências! Somente um arranjo de notas num acordo que re-pete todos os acordes, uma e outra vez, numa des-harmonia universal... e retorna, não nas aparências... mas na essência da musical-idade. Estou falando do como e do quando, sabe? Do momento de sincronia entre duas existencialidades. Porque sim ou não já não importa. Nada é para e nem pára a gente... valsando no intervalo de palavras e silêncios, suspirando pela última gota de ar.

Mas todo o arranjo vem a danar ao som da última nota: ...Dó.

Abre a boca agora!



Abre a boca agora...
engole, ainda quente,
sem demora,
essa loucura da gente.

Clama, clama
por socorro.
Enquanto a minh'alma inflama
do teu corpo eu corro.

Pois se eu olhar pra trás
ao ver o sol te iluminando
vou te desejar uma vez mais.

E que não anoiteça
e seja eterno o Verão
onde eu nunca jamais te esqueça.

07 novembro, 2007

A Ampulheta


"Parece que o tempo aí não passa.
É uma cena de paz.
Como olhar a neve pela vidraça.

Sem tic-tac, sem ponteiros, só a areia
caindo mansamente.
Lembra-me o homem que semeia.

O tempo não tem volta.
Revolta tê-lo perdido.
Pior ainda: não o ter percebido.

Na ampulheta, eis o sonho realizado
da volta ao tempo, retrocesso,
ao virá-la do outro lado
dando à mesma areia acesso."
Águia Dourada

06 novembro, 2007

Diálogo


- Obrigada...
- Não. Você não foi obrigada... de jeito nenhum!
- Fui sim. Eu acho que fui...
- Mas foi você quem escolheu, lembra?
- Eu?!
- Sim, Você.
- Mas foi por causa de... você...
- De mim?
- De você sim... de NÓS...
- Nós?
- ... (movimento positivo com a cabeça)
- Hum... Desatai!
- O quê? (reação de surpresa)
- Os nós...
- Ajuda-me?
- A sós.
- Obrigada!

05 novembro, 2007

Meeting


- Hi, stranger.
- Stranger! How long...
- Don't say a word... I wrote so many poems in your place!
- My place? Did I have one?
- Ones.

02 novembro, 2007

Ato


Abandono,
tenho sono.
Alegria?
Ha ha ha...
só covardia.
Morfina
dia-a-dia.

Cada hora
me apavora.
Estagnada
vivo agora.
No movimento
fico estática,
vítima
fanática
num mundo
encantador.

E este profundo merecedor,
moribundo,
morre de amor.
Nem clama
nem sente dor.

Na ordem,
dia é noite.
A cena é
fria e forte.
A Bela encena
a quase morte.
O tempo já passou.
O vento não cessou.
Começa a peça.
Termina o show...

Peça...e vôo!

01 novembro, 2007

Calmaria


Hush!
Eu hoje preciso é de silêncio!
Quero entender o porquê.
Porque se não entender não me saberei...
Por quê tanto querer se desfez em discursos racionais e filosóficos?

Eu te fagocito até pelo olhar e não caberia nessa antropofagia devastadora entre um homem e uma mulher surgir um sintoma tão primitivo, tão duro quanto a sepultura:
O Ciúme.

Hoje eu só preciso do teu peito.
Quero me aquietar e conseguir auto-respeito.

Eu me preservo de ti
e te conservo algures,
e conserto aquele vício em que me delicio ao te tocar...

Hoje eu não quero escutar as razões que me fizeram decidir por abrir mão do AGORA, dos instantâneos momentos de transcendência, de cada experiência iminentemente perigosa e ao mesmo tempo vital.

Melhor é nada dizer.
No silêncio há calma.
E choro... e choro...

E a mim me acalmaria
a Calmaria...