08 dezembro, 2007

Meu Lugar



O Meu lugar é o meu lar. É meu doce doce lar.

É o lar da Mel, dos problemas ao léu e do chapéu no abrigo... do abraço do amigo e do afago de um bem...

É o meu lugar querido, meu descanso, meu porto! Ponto de partida e a hora da chegada.

Ah! Que satisfação! Eu e o meu bem e o nosso lar... de madeira, na Rua Jaguará.

27 novembro, 2007

As coisas


As coisas são como são
As coisas são comoção
De comover
De como ver

13 novembro, 2007

Fica Pertinho


Tudo o que eu quero:
teu carinho.
Não vou mais estar sozinho.
Dorme comigo coladinho?
De conchinha!
Me abraça, vem,
fica comigo escondidinho,
colado, calado,
gostosinho...
que tá fazendo um friozinho
e assim nós dois
"fica pertinho".

10 novembro, 2007

Amor Insano



Você veio e me esgotou o folêgo.

Respirou comigo
me encostou,
se enroscou.
Jogou tudo no mar,
deixou a onda levar.

Eu te empurrei na areia
e te deixei insano,
profano...

Meu desejo não mais te incendeia,
agora clareia...

A água reflete a lua
cheia de gozo
insano, profano...

Percebemos cedo ou tarde:
Não é amor, é insanidade!

De nós dois nada restou
além de um simples papel...

Sol Lá Si Vai


Pare! Pense por um instante... Não há coincidências! Somente um arranjo de notas num acordo que re-pete todos os acordes, uma e outra vez, numa des-harmonia universal... e retorna, não nas aparências... mas na essência da musical-idade. Estou falando do como e do quando, sabe? Do momento de sincronia entre duas existencialidades. Porque sim ou não já não importa. Nada é para e nem pára a gente... valsando no intervalo de palavras e silêncios, suspirando pela última gota de ar.

Mas todo o arranjo vem a danar ao som da última nota: ...Dó.

Abre a boca agora!



Abre a boca agora...
engole, ainda quente,
sem demora,
essa loucura da gente.

Clama, clama
por socorro.
Enquanto a minh'alma inflama
do teu corpo eu corro.

Pois se eu olhar pra trás
ao ver o sol te iluminando
vou te desejar uma vez mais.

E que não anoiteça
e seja eterno o Verão
onde eu nunca jamais te esqueça.

07 novembro, 2007

A Ampulheta


"Parece que o tempo aí não passa.
É uma cena de paz.
Como olhar a neve pela vidraça.

Sem tic-tac, sem ponteiros, só a areia
caindo mansamente.
Lembra-me o homem que semeia.

O tempo não tem volta.
Revolta tê-lo perdido.
Pior ainda: não o ter percebido.

Na ampulheta, eis o sonho realizado
da volta ao tempo, retrocesso,
ao virá-la do outro lado
dando à mesma areia acesso."
Águia Dourada

06 novembro, 2007

Diálogo


- Obrigada...
- Não. Você não foi obrigada... de jeito nenhum!
- Fui sim. Eu acho que fui...
- Mas foi você quem escolheu, lembra?
- Eu?!
- Sim, Você.
- Mas foi por causa de... você...
- De mim?
- De você sim... de NÓS...
- Nós?
- ... (movimento positivo com a cabeça)
- Hum... Desatai!
- O quê? (reação de surpresa)
- Os nós...
- Ajuda-me?
- A sós.
- Obrigada!

05 novembro, 2007

Meeting


- Hi, stranger.
- Stranger! How long...
- Don't say a word... I wrote so many poems in your place!
- My place? Did I have one?
- Ones.

02 novembro, 2007

Ato


Abandono,
tenho sono.
Alegria?
Ha ha ha...
só covardia.
Morfina
dia-a-dia.

Cada hora
me apavora.
Estagnada
vivo agora.
No movimento
fico estática,
vítima
fanática
num mundo
encantador.

E este profundo merecedor,
moribundo,
morre de amor.
Nem clama
nem sente dor.

Na ordem,
dia é noite.
A cena é
fria e forte.
A Bela encena
a quase morte.
O tempo já passou.
O vento não cessou.
Começa a peça.
Termina o show...

Peça...e vôo!

01 novembro, 2007

Calmaria


Hush!
Eu hoje preciso é de silêncio!
Quero entender o porquê.
Porque se não entender não me saberei...
Por quê tanto querer se desfez em discursos racionais e filosóficos?

Eu te fagocito até pelo olhar e não caberia nessa antropofagia devastadora entre um homem e uma mulher surgir um sintoma tão primitivo, tão duro quanto a sepultura:
O Ciúme.

Hoje eu só preciso do teu peito.
Quero me aquietar e conseguir auto-respeito.

Eu me preservo de ti
e te conservo algures,
e conserto aquele vício em que me delicio ao te tocar...

Hoje eu não quero escutar as razões que me fizeram decidir por abrir mão do AGORA, dos instantâneos momentos de transcendência, de cada experiência iminentemente perigosa e ao mesmo tempo vital.

Melhor é nada dizer.
No silêncio há calma.
E choro... e choro...

E a mim me acalmaria
a Calmaria...

23 outubro, 2007

Numb


The clock on my wall
remembers me
everytime I fall
it's harder for me to call
your name.
We've fallen apart
and throughout my days
the seasons are going
the reasons are flowing
and no feeling echoes in my heart.

21 outubro, 2007

A Locomotiva


-Estou em crise!
Disse ela num momento de lucidez.
In the middle of the crises
permitiu-se a embriaguês.

Viajou no horizonte
do seu quarto,
disfarçou e saiu
com dor de parto
na locomotiva
que quando louca
a motiva.
E pôs-se rouca a gritar:
Tchá tchá tchá tchá

Nessa louca crise
moveu-se
no movimento
retilíneo,
trilhado,
da estrada de ferro
parada no tempo.
Envelheceu.
Mas mesmo assim partiu
no caminho.
Seguiu errante,
estonteante,
a aprender.

Se ela voltar
pra te buscar
(a loucura esquizo-paranóide esquizóide!)
esquivar-te-ás
daquele olhar que te situa
na louco-motiva
a olhar o trem da vida,
num vai e vem:
Tchá tchá tchá tchá
Tchá tchá tchá tchá

Em Memória de Ti

Pai,
Cachorro,
Amigo,
Camarada.

Eu cá choro tua falta.
Saudades da tua risada.

Eu te vejo no que sou,
no olhar do meu irmão
e no sorriso de uma Tati.

Você vive, daddy,
no meu coração!

Eu cá choro tuas faltas:
na vida nos abandonaste
e na morte nos deixaste.

Uma e outra vez foi dura a despedida.
Dura a vida de nós três!

Bordando


Estou a bordo.
Estou na borda.
Estou a bordar.

E bordando eu vou
com a vida,
devagar.

Conto um conto,
aumento um ponto
no meu bordado.

Trabalho bem trabalhado!

Faço um ponto atrás.
Retrocedo e
acesso livremente
histórias que não voltam mais.

Mas e os arremates?

...

Ah, estes ficam no verso!!!

19 outubro, 2007

Torre de Papel


Trancafiei-me ao léu
na Torre de Papel,
de enganos e ilusões.
Por amor cego quase fui pro beleléu...

Numa dessas noites escuras,
quando prostada de dor,
um olhar amigo me atraiu.

E vislumbrada pelo ensejo fugaz
daquela calma,
dançava embriagada
tropeçando na paz.

Doce olhar,
doce atração.
Dançam os olhos,
aquecem-se as mãos.

Desejo,
simples e fluido...
nos olhos,no corpo...
e então?
Terei salvação?

Amigo, meu amado!
Príncipe encantado?
Ah, quem dera fôsseis um simples sapo
pois eu te ganharia no papo.

Mas a tua beleza inteira
de corpo e alma (verdadeira)
que me encanta e atrai
atrai também as outras moças
e isso me distrai.

No instante em que me olhas
o meu útero contrai
e todo meu ser quer te conceber.

Mais e mais te quero
perto,
do teu amor estou
sedento,
mas como amigo
eu não contento!
Ah! Eu não agüento!

Homem, "Só por Hoje",
quero ser tua Mulher!

18 outubro, 2007

Depressão


Deprê si ação
Ausência
Do ser
e em ti
não ter
tesão

Depressão
na rua
na esquina
na curva
do Não
querer
teu colo
teu peito
oral
carnal
centralmente depressivo

Amor proibido?
Será Ilusão?
Ai, que dê pressão!

Metamorfose


Transformar-me, eu sei...

Em meu casulo o mundo escurece...
E a minha alma em seda tece
um novo ser.
Aguardo
nova forma,
renascer.

Ansiosamente espero
tocar o ar,
poder voar,
celebrar a vida e o dom de amar...
e viver
LIVRE o agora...
e morrer
para o medo de sofrer...

Minha meta? A morfose. Auto-gnose!

Engravido
e gesto com amor
uma outra vida em flor,
onde a dor do parto seja somente dor.

Pois me descobri humano,
ser amante,
ser amador;
não mais neurótico sofredor!