Criei este blog por incentivo de um amigo. Estava mesmo numa fase esquisita... meio que... de transição. Não foi por acaso que escrevi primeiro "Metamorfose".
Como boa cinestésica que sou (65%, segundo um teste!) decidi dar o nome de CINESTESIA ao blog e "Psiquê" à autora. Mas tão logo lembrei-me de quem eu era decidi assumir a criação dos meus escritos como Melissa.
Criar este site foi mesmo interessante. Um lugar onde eu podia publicar meus sentimentos, podendo acessar e associar cada publicação a uma fase de vida. Neste um ano cresci imensamente escrevendo, lendo e relendo, e ainda atenta aos comentários dos amigos, fossem estes publicados ou não.
Percebi depois que escrever fazia parte mesmo de uma escolha, ou melhor, de um objetivo, o de re-escrever minha história de vida. Assim, intuitivamente - sem saber que já sabia - descobri que o nome cinestesia também significa viagem. E eu tinha um desejo muito forte de imigrar,por vinte anos recalcado!
Então, de braços dados com meu psideudônimo "psiquê" - cuja imagem para mim é de uma borboleta - "criei asas" e voei!
Voei pelo Atlântico até Portugal, tomando posse de uma terra que todo tempo fez parte da minha constelação familiar. E foi como "amar" à primeira vista...
Eu estava (e ainda estou) a mudar... e a migrar... a sair do lugar, a me descolar e a "arrancar-me a pontapés" do "desejo do Outro" pra assumir o meu próprio. Procurando integrar tudo que é bom e ruim num mesmo objeto e ainda assim amá-lo e senti-lo intensamente.
Mesmo tendo que experimentar a mais estranha saudade, mergulho nela profundamente até sentir na dor os abraços e os beijos da minha mãe, o carinho dos meus irmãos, a companhia do scooby (nosso cãozinho) nos passeios pela manhã.
Relembro os momentos de alegria com os amigos, das conversas e confidências com aqueles a quem passei a chamar de "MANOS" e "ALMA GÊMEA" e cada vez aumenta mais esse amor!
E por que ter esperado um ano pra mudar de país? Porque conheci pessoas incríveis! Friends for future, friends forever! Também estreitei imenso a minha relação com a família e me senti muito, mas muito amada mesmo...
Acredito que seja esta a razão pela qual eu não poderia ter imigrado antes, durante aquela fase esquisita de transição entre a Depressão e a Liberdade, pois provavelmente não teria nada a perder e portanto nada a ganhar.
Para mim a saudade só faz sentido porque traz a certeza do abraço no re-encontro...
Se eu tivesse vindo antes, não teria tanta dor no peito... mas também não agradeceria por cada dia que vivo hoje a comtemplar na sua beleza particular.
Estou viva, definitivamente!
Estou Livre!
E volto a respirar... ar...
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